A Importância do Arco de Aprendizagem

O processo de aprendizagem envolve uma interação entre o ambiente, o conteúdo, os comportamentos inerciais e as operações de pensamento. Assim como uma boa história, a aprendizagem depende da interação entre a história, quem a conta e a audiência, entre muitos outros fatores. Algumas pessoas nascem com a habilidade de falar bem e gastam incontáveis horas melhorando essa habilidade, enquanto outras gastam incontáveis horas aprendendo a falar bem. No entanto, o que as pessoas que sabem ensinar bem têm em comum é que sabem contar uma boa história para o aluno aprender. Às vezes, nem falam tão bem ou nunca seriam considerados apresentadores profissionais, mas ainda assim, conseguem ensinar.

Isso ocorre porque eles guiam o aluno no arco da aprendizagem. Comediantes fazem isso o tempo todo. Estabelecem um cenário base (o ambiente), usam os vieses da plateia a seu favor (os comportamentos inerciais) e entregam a piada (que nos força a usar operações de pensamento para achar a graça). Assim como a piada, a aprendizagem acontece na cabeça de quem recebe a solução de aprendizagem. Um mau comediante não pode forçar sua audiência a rir de suas piadas, assim como os alunos não aprendem com soluções de aprendizagem ruins.

Curva de aprendizagem: as diferenças

A curva de aprendizagem é uma representação visual da relação entre a experiência e a habilidade. Ela mostra que, à medida que uma pessoa ganha experiência em uma tarefa ou atividade, sua habilidade aumenta. Essa relação pode ser aplicada em muitas áreas da vida, incluindo a educação corporativa. Além disso, a curva de aprendizagem também ajuda a “motivar” os funcionários com mostrar a aprendizagem como um processo gradual e que o progresso pode ser lento no início. Os funcionários são “motivados” a continuar se esforçando e persistindo até que atinjam o sucesso. Ou seja, pedem confiança no processo e o definidor do sucesso é a aplicação do “aluno”.

Uma vez que identificado o problema central de um projeto, cada solução de aprendizagem terá o seu próprio arco de aprendizagem. Seja essa solução um curso a distância, ou um simples job-aid, a solução do designer instrucional passará levara o aluno através de uma jornada. Do outro lado, assim esperamos, ele terá adquirido alguma coisa valiosa para aplicação na sua vida profissional.

O paralelo entre aprender com soluções e através de histórias não é gratuito. Aprendemos a aprender através de histórias desde a infância, e essa habilidade levamos para o resto da vida. Extraímos o sentido das nossas experiências lembrando-as como histórias em nossa mente. Usamos diversas técnicas para auxiliar nossa memória, sendo uma das mais famosas a técnica de loci, também conhecida como o “palácio da memória”.

Essa técnica consiste em criar um lugar imaginário, que pode ser construído inspirado num lugar familiar (como a própria casa da pessoa), ou criar um lugar imaginário totalmente fictício, ou combinando ambas as coisas, e associar dados a esses lugares. É uma técnica mnemônica baseada no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de carácter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Porém, estas sequências têm que fazer algum sentido, ou continuarão igualmente difíceis de memorizar. Criamos sentido através de histórias.

Um cartaz escrito “Cuidado! Alta voltagem! Risco de choque!” colado em uma parede pode chamar a sua atenção, mas não faz sentido. Paredes, em geral, não conduzem eletricidade. Talvez algo atrás da parede possa ser perigoso, mas essa é apenas uma hipótese. Já esse mesmo cartaz colado perto de um gerador é mais importante, porque sabemos que geradores têm eletricidade e chegar perto de um deles pode ser perigoso.

Agora, cole o mesmo cartaz no bebedouro do escritório. O que acontece? Logo, vários funcionários ficarão curiosos com a situação. É bem provável que eles comecem a se reunir em volta, na tentativa de descobrir porque um simples cartaz pode ser tão perigoso. Embora não faça sentido, é inevitável que eles comecem a imaginar e a criar uma história sobre a razão do bebedouro ter se tornado perigoso, como esse perigo funciona e, principalmente, porque alguém responsável ainda não tirou esse bebedouro dali.

Uma boa solução de aprendizagem envolve aprender através de uma história. Despejar conteúdo e informações é redigir manuais. Manuais são úteis, algumas pessoas os leem. Mas desde a massificação do video-cassete, todos sabemos que ninguém lê os manuais. Se você tem um problema com seu VHS, ou precisava aprender como gravar seu programa favorito, ou você perguntava para alguém que sabia. Hoje, ninguém se importa com manuais. Qualquer smartphone tem tantas possibilidades de uso e nenhum fabricante se importa em colocar um manual nele, porque sabem que os usuários o lerá: se precisarem descobrir como fazer isso ou aquilo, pedirão ajuda para alguém ao lado que sabe mais sobre esses negócios tecnológicos, como os netos, os primos ou o pessoal da TI.

Por isso, o designer instrucional deve estar ciente de que o processo de aprendizagem não pode ser desvinculado da história. Não importa se a solução de aprendizagem é um curso online ou um manual, é importante que se conte uma história. Isso é o que conecta o conteúdo com o aluno, e isso é o que torna a solução de aprendizagem relevante para o aluno.

Um bom designer instrucional sabe como contar uma história, e sabe como utilizar a curva de aprendizagem para guiar o aluno nessa jornada. É importante lembrar que a curva de aprendizagem é uma relação entre experiência e habilidade, e que o designer instrucional deve garantir que a solução de aprendizagem leve o aluno a adquirir novas habilidades ao longo do processo.

Além disso, é importante considerar que cada aluno é único e possui sua própria curva de aprendizagem. O designer instrucional deve levar em conta as diferenças individuais e criar soluções de aprendizagem flexíveis e adaptativas, que possam ser personalizadas de acordo com as necessidades e preferências de cada aluno.

Outro aspecto importante a ser considerado é a motivação do aluno. A curva de aprendizagem pode ser um processo lento e desafiador, e o designer instrucional deve ser capaz de motivar o aluno a persistir e continuar se esforçando até atingir o sucesso. Uma boa solução de aprendizagem deve ser capaz de motivar o aluno, mostrando que o progresso é possível e que o esforço é recompensado.

Por fim, é importante destacar que a aprendizagem não é um processo isolado, mas sim uma parte integrante do desenvolvimento humano. O designer instrucional deve ser capaz de criar soluções de aprendizagem que estejam alinhadas com os objetivos e valores da organização, e que contribuam para o desenvolvimento pessoal e profissional do aluno.

Em resumo, o arco de aprendizagem é um processo complexo que envolve a interação entre o ambiente, o conteúdo, os comportamentos inerciais e as operações de pensamento. Uma boa solução de aprendizagem deve ser capaz de contar uma história, utilizar a curva de aprendizagem para guiar o aluno, levar em conta as diferenças individuais, motivar o aluno e contribuir para o desenvolvimento humano. O designer instrucional é responsável por criar soluções de aprendizagem eficazes e relevantes, que possam levar o aluno a adquirir novas habilidades e competências ao longo do processo.

Definindo o arco de aprendizagem: ritos de aprendizagem

Arnold van Gennep é um antropólogo francês conhecido pelo seu trabalho sobre a teoria dos ritos de passagem. Os ritos de passagem são cerimônias que marcam a transição de um estado para outro, como a passagem da adolescência para a idade adulta, a mudança de status social ou a entrada em um novo grupo. Sua obra influenciou profundamente a antropologia e seus estudos são considerados fundamentais para entender a natureza humana e a forma como lidamos com os eventos que marcam nossa vida. Além de serem eventos importantes para o desenvolvimento pessoal e para a sobrevivência da cultura.

Os ritos de passagem são eventos importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento dos indivíduos. Eles fornecem oportunidades para que os jovens desenvolvam novas habilidades e competências, como a caça, a pesca, a culinária, a construção de abrigos e a comunicação. Essas habilidades são essenciais para a sobrevivência em sociedades.

Isso quer dizer que a aprendizagem precisa seguir certos ritos de passagem? De certa maneira, sim. Existem ritos de aprendizagem, etapas que precisamos atravessar para aprender qualquer coisa. Dividimos os objetivos educacionais em objetivos de ensino e objetivos de aprendizagem. Existe uma forma de aprender matemática básica e outra forma de aprender matemática aplicada. Seja nas primeiras séries da escola ou no pós-doutorado, você começa de algum lugar e aprende para chegar em outro.

Os ritos de passagem também são importantes para manter unir os profissionais em torno de um objetivo comum. Eles promovem a solidariedade e o senso de comunidade, que são essenciais para a sobrevivência de qualquer negócio.

O designer instrucional não pode controlar como a aprendizagem acontece (afinal, ela acontece dentro do cérebro de alguém). Ainda assim, o designer instrucional pode tentar facilitar e ajudar ao máximo que conseguir o aluno nesse processo de aprendizagem. Parte dessa compreensão é conhecer os ritos de aprendizagem e aplicar na estratégia do projeto de aprendizagem.

Primeiro Estágio: Separação

O primeiro estágio do arco de aprendizagem é a separação. Nessa fase, o profissional é retirado do estado anterior e colocado em um estado de transição. Esse processo pode ser voluntário ou involuntário, dependendo do tipo de solução de aprendizagem. Mas não se esqueça, ao contrário dos ritos de passagem culturais, o profissional traz consigo toda a sua bagagem e experiência do mundo real. E vai usá-la!

Durante a fase de separação, o indivíduo é afastado de sua vida profissional cotidiana, metaforicamente ou não. Ele pode ser colocado em um local isolado, como uma sala de treinamento, um ambiente virtual de aprendizagem ou numa pilha de mapas de processos.

Essa separação acontece desde a escola. Primeiro, a separação acontece ao irmos para a escola. Lá somos separados uns dos outros em classes. Separamos o que precisamos aprender por matérias, matemática, física, química, artes, literatura. Cada matéria tem suas subdivisões, ensinadas e aprendidas em momentos dedicados, normalmente separadas uma das outras.

Uma hipótese plausível é que nos preparamos para nos separarmos sempre que decidimos aprender, aprender ou assistir um filme. Se a atividade envolve pensamento, estamos prontos para essa separação. Talvez ela não seja apenas esperada, mas necessária.

Segundo Estágio: Liminaridade

O segundo estágio do arco de aprendizagem é a liminaridade. Nessa fase, o profissional se encontra em um estado de transição, em que ele não pertence mais ao estado anterior, mas ainda não faz parte do novo estado.

Durante a liminaridade, o profissional passa por um processo de transformação, em que ele é “despojado” de suas antigas identidades e “aprende” novas habilidades e conhecimentos que serão necessários no novo estado. Nesse momento são aplicadas toda a teoria e ferramentas da aprendizagem. Essa fase é geralmente acompanhada por rituais e cerimônias que ajudam o indivíduo a compreender e internalizar essas mudanças.

A liminaridade é um período de incerteza e instabilidade, em que o indivíduo se sente desorientado e, atenção, vulnerável. O profissional não sabe o que encontrará pela frente. O profissional pode pensar: será que irão validar ou não o meu conhecimento? Será que sei o suficiente sobre o assunto? Será que vai ser apenas outra bobagem que nada tem a ver com o assunto? No entanto, é também um período de grande potencial, em que o profissional pode aprender muito sobre o conteúdo, sobre si mesmo e sobre o mundo ao seu redor.

Aqui o trabalho do designer instrucional se mostra de uma importância. O importante não é controlar o que (ou como) aprendemos, mas criar as melhores condições para que o profissional aprenda, se ele assim decidir. Aprender também é esforço, e quem está disposto a aprender sabe que alguma medida de esforço, dedicação e concentração é necessária. O importante para o designer instrucional não é garantir a aprendizagem, e sim garantir que o esforço do aluno não está sendo em vão. O designer instrucional precisa reconhecer e recompensar esse esforço com soluções que entreguem um conteúdo bem trabalhado, oportunidades de pensamento, esclarecimento de dúvidas e receios, e não apenas informação.

Ficamos ansiosos quando nos aventuramos em território desconhecidos. As pessoas a todo momento tentam criar significado e ordem daquilo que elas acabam de aprender. Às vezes o designer instrucional precisa ajudar a organizar os pensamentos. Às vezes, a acentuar as operações de pensamento. Às vezes, colocar as pessoas para pensar ao invés de dizer o que elas precisam fazer.

Terceiro Estágio: Incorporação

O terceiro estágio dos arco de aprendizagem é a incorporação. Nessa fase, o indivíduo é reintegrado em seu novo estado.

Durante a fase de incorporação, o profissional é apresentado como alguém que agora ocupa um novo papel ou posição. Ele pode ser recebido com festas, cerimônias e outras formas de celebração que marcam sua entrada na nova fase da vida.

A incorporação é um momento de estabilização e consolidação, em que o profissional se ajusta ao novo estado e se adapta às novas responsabilidades e obrigações que ele agora tem. Esse estágio deveria ser melhor trabalhado pelo designer instrucional nas soluções. A razão para isso é: não importa quanta dedicação a equipe colocou do projeto de aprendizagem: haverá desafios no mundo real que não foram previstos, e caberá ao profissional pegar tudo o que aprendeu e arranjar uma forma de adaptar tudo isso na vida profissional real dele! E de uma forma que faça sentido e gere resultados.

O designer instrucional sabe que não pode pensar e incluir todas as variáveis numa solução de aprendizagem (ou projeto algum sairia do papel). Os designers usualmente não admitem às claras para os profissionais que sua solução é limitada e que, sem o papel ativo do profissional para implantar a aprendizagem (e não para copiar passo-a-passos ou fórmulas mágicas), será difícil atingir bons resultados. A incorporação é o término da jornada. Os alunos precisam entender que, a partir daqui, eles são os responsáveis por aplicar o aprendizado e gerar os resultados. Os designers instrucionais ficam à disposição para esclarecimento de dúvidas, auxílio em casos específicos e, principalmente o feedback sobre a validade da aprendizagem no mundo real. Se preciso, correções serão feitas porque correções são parte do processo de design instrucional.

Conclusão

Os ritos de aprendizagem são importantes para que os indivíduos possam aprender e se desenvolver de maneira significativa. Eles fornecem oportunidades para a aquisição de novas habilidades e competências, e ajudam os indivíduos a se adaptarem a novas situações e realidades.

O designer instrucional pode utilizar os ritos de aprendizagem para criar soluções educacionais mais eficazes e significativas. Compreender os estágios do arco de aprendizagem e aplicá-los na estratégia de projeto de aprendizagem é fundamental para garantir que a aprendizagem ocorra de forma eficaz e que os profissionais possam aplicar o conhecimento adquirido no mundo real.

O designer instrucional deve reconhecer que o processo de aprendizagem não é linear e que existem muitas variáveis envolvidas. É importante criar soluções educacionais flexíveis e adaptáveis, que possam se ajustar às necessidades dos indivíduos e das organizações.

Ao compreender os ritos de aprendizagem, o designer instrucional pode ajudar os profissionais a se desenvolverem de maneira significativa e a aplicarem o conhecimento adquirido no mundo real. A aprendizagem é um processo contínuo e os profissionais devem estar sempre abertos a aprender e a se adaptar às mudanças.

Para criar soluções educacionais eficazes, o designer instrucional deve levar em consideração as necessidades e objetivos dos profissionais, além de considerar as melhores práticas de aprendizagem. É importante criar um ambiente de aprendizagem que seja envolvente, desafiador e significativo.

O sucesso da solução educacional não deve ser medido apenas pelo número de profissionais que participaram, mas sim pelo impacto que a aprendizagem teve na organização e na vida dos profissionais. O designer instrucional deve buscar constantemente feedback e realizar ajustes na solução educacional para garantir que ela esteja atendendo às necessidades dos profissionais e da organização.

Em resumo, os ritos de aprendizagem são uma ferramenta importante para o designer instrucional criar soluções educacionais eficazes e significativas. Compreender os estágios do arco de aprendizagem e aplicá-los na estratégia de projeto de aprendizagem é fundamental para garantir que a aprendizagem ocorra de forma eficaz e que os profissionais possam aplicar o conhecimento adquirido no mundo real. O designer instrucional deve estar sempre buscando feedback e realizando ajustes na solução educacional para garantir que ela esteja atendendo às necessidades dos profissionais e da organização.

Criando o Arco de Aprendizagem: As Forças do Aprendizado

Ainda há muito por ser descoberto sobre como o processo de aprendizagem ocorre em nosso cérebro, no entanto, temos certeza de que ele acontece. Temos bons e maus professores, e algumas pessoas aprendem mais facilmente do que outras. Quando perguntamos aos bons professores qual é o segredo deles, eles sempre mencionam um conjunto de métodos, metodologias, técnicas, ferramentas e, acima de tudo, conhecimento baseado na experiência.

Enquanto os professores têm contato direto com os alunos e, portanto, recebem feedback imediato sobre suas soluções de aprendizagem, os designers instrucionais enfrentam desafios diferentes. Em muitos projetos, é impossível conhecer todos os alunos e o feedback não é imediato. Muitas vezes, as métricas acompanhadas pelo setor de Treinamento e Desenvolvimento são medidas superficialmente, sem uma aplicação prática e objetiva no desenvolvimento de projetos.

Assim como os engenheiros fazem uma série de estudos e cálculos antes de iniciar um projeto de engenharia, os designers instrucionais também devem analisar e considerar as melhores soluções de aprendizagem para o problema central do projeto. Cada solução terá seu próprio arco de aprendizagem, o que significa que o designer instrucional deve entender e aproveitar as forças em favor do processo de aprendizagem do profissional.

A vida não é uma história de ficção com uma estrutura clara, roteiro ou passo a passo que garanta tranquilidade e sucesso. Portanto, a simples transposição da realidade nas soluções de aprendizagem é ineficaz e, na verdade, tediosa. Criamos significado das nossas experiências ao transformá-las em histórias significativas e ritos de passagem.

O Aprendiz e as Forças que Influenciam o Aprendizado

Durante o processo de aprendizagem, três forças interagem entre si. A primeira é o ambiente e o conteúdo, a segunda são os comportamentos inerentes dos profissionais, incluindo seu próprio conhecimento baseado na experiência, e a terceira são as operações de pensamento dos profissionais em relação ao ambiente, conteúdo e suas próprias experiências e expertise profissional. Mas como podemos visualizar este processo que acontece dentro da mente das pessoas?

Para isso, usaremos o ThemeRiver, uma ferramenta de visualização de dados que permite identificar tendências temáticas em grandes conjuntos de documentos. Este sistema usa uma metáfora de rio para representar de forma contínua a evolução temporal de diferentes temas em um conjunto de documentos. Ao contrário de um histograma, que usa barras discretas para representar os dados em cada período de tempo, o ThemeRiver usa curvas suaves para representar a evolução temporal dos diferentes temas. Cada tema é tratado como uma “corrente” que flui ao longo do tempo, mantendo sua integridade como uma entidade única ao longo de todo o gráfico.

Em nosso caso, cada rio representa as forças envolvidas no aprendizado. Talvez deveríamos usar eixos X e Y para demonstrar grandezas e quantidades, mas essas forças literalmente funcionam como um rio, criando seus próprios caminhos e interagindo entre si. O aprendizado não é um gráfico ou tabela. O aprendizado parece se comportar como um fluido, e, por isso, é melhor compreendido usando a mecânica dos fluidos, aquela parte da física que estuda o efeito de forças em fluidos.

A Diferença entre Andragogia e Design Instrucional

Na física, a mecânica dos fluidos é dividida pelo estado dos fluidos. Os fluidos em equilíbrio estático são estudados pela hidrostática e os fluidos sujeitos a forças externas não nulas são estudados pela hidrodinâmica. Talvez a mesma categorização possa ser usada para explicar a andragogia/pedagogia e o design instrucional? Isso pode facilitar a compreensão do design instrucional. Mas, é claro, isso também pode não ser o caso.

O Design Para o Pensamento é uma estratégia centrada no aprendizado e no processo de aprendizagem, considerando as forças que influenciam o aprendizado e buscando criar soluções de aprendizagem efetivas e significativas. Ao compreender e aproveitar as forças do aprendizado, os designers instrucionais podem criar soluções de aprendizagem mais eficazes, que ajudem os profissionais a adquirir conhecimentos e habilidades de maneira mais efetiva e significativa.

A andragogia, por sua vez, é uma abordagem centrada no adulto como aprendiz, considerando suas características únicas, como sua experiência de vida, suas necessidades de aprendizado e sua motivação para aprender. Enquanto a andragogia se concentra no aprendiz, o Design para o Pensamento se concentra nas soluções de aprendizagem que são criadas para atender às necessidades de profissionais.

O design instrucional é uma abordagem interdisciplinar que combina conhecimentos de pedagogia, psicologia, tecnologia da informação e outras áreas relevantes para criar soluções de aprendizagem eficazes. Ao compreender as forças do aprendizado e aproveitá-las em favor do processo de aprendizagem, os designers instrucionais podem criar soluções de aprendizagem que ajudem os profissionais a atingir seus objetivos de aprendizado de maneira mais efetiva e significativa.

Como o Ambiente e Conteúdo Influenciam a Aprendizagem: Uma Análise

O ambiente e o conteúdo são duas forças que atuam juntas na aprendizagem. Embora sejam considerados como forças distintas, na prática, eles funcionam de forma complementar. Por exemplo, se você cria um ambiente para o desenvolvimento de soluções de aprendizagem para incentivar a inovação, mas o ambiente em questão não valoriza os comportamentos necessários para promover a inovação, isso pode resultar em um problema ainda maior.

Ambiente é um fator importante que deve ser considerado no desenvolvimento de soluções de aprendizagem. Já os conteúdos dessas soluções são praticamente infinitos e, por isso, é importante que o designer instrucional tenha controle sobre o conteúdo que será apresentado. Além da precisão e confiabilidade desse conteúdo, que é construído em conjunto com especialistas no assunto, o designer instrucional precisa avaliar as consequências do conteúdo, não apenas na solução de aprendizagem, mas também no efeito que as informações terão sobre os alunos.

A Ansiedade da Informação é um termo cunhado pelo autor, designer e arquiteto americano Richard Saul Wurman. A ansiedade da informação é uma condição em que as pessoas se sentem sobrecarregadas com a quantidade de informações que recebem diariamente. Isso pode ser causado por muitos fatores, como o uso excessivo de tecnologia, o aumento da quantidade de informações disponíveis e a falta de habilidades para gerenciar essas informações.

A Sobrecarga de Informações, por sua vez, é um termo mais amplo que se refere ao excesso de informações em geral. Isso pode acontecer quando as informações disponíveis são simplesmente demais para serem processadas em um determinado período de tempo. A sobrecarga de informações pode levar a uma falta de foco e clareza mental, dificultando a tomada de decisões eficazes.

Como lidar com a Ansiedade da Informação:

  1. Reconhecer que a ansiedade da informação é normal e afeta muitas pessoas
  2. Aprender a gerenciar o tempo gasto pelos alunos na busca de informações
  3. Aprender a filtrar as informações, buscando apenas aquelas que são relevantes e úteis para a tarefa em questão
  4. Estabelecer limites para o tempo gasto em atividades e limitar a exposição a fontes de informações que possam prejudicar a solução de aprendizagem.

Como lidar com a Sobrecarga de Informações:

  1. Reconhecer a diferença entre ansiedade da informação e sobrecarga de informações
  2. Aprender a priorizar as informações mais importantes e tomar decisões com base nelas, trabalhando em estreito relacionamento com os especialistas no assunto (SMEs)
  3. Estabelecer um sistema de organização de informações que funcione para os profissionais, não para quem ensina
  4. Limitando a quantidade de informações disponíveis, especialmente quando se trata de fontes de informações irrelevantes ou pouco confiáveis para o problema central em questão.

Ambiente e conteúdo interagem entre si e, em muitos momentos, uma força pode se sobrepor à outra. Chamamos isso de Zona de Atrito, onde as forças começam a competir entre si. É neste momento que a aprendizagem pode ocorrer, quando a pessoa começa a tentar criar um sentido com todas as informações que está sendo exposta.

Por fim, é importante destacar que a escolha correta do ambiente e conteúdo é fundamental para o sucesso das soluções de aprendizagem. Por isso, o designer instrucional deve estar atento aos detalhes e considerar todos os aspectos relevantes para garantir que o ambiente e o conteúdo estejam alinhados às metas de aprendizagem e ao público-alvo.

Comportamentos Inerciais e Aprendizagem: Um Desafio para os Designers Instrucionais

A motivação é uma peça-chave no processo de aprendizagem. Quando os alunos estão motivados, eles estão mais dispostos a se envolver em comportamentos de aprendizagem eficazes e alcançar seus objetivos. É aqui que entra o papel importante dos designers instrucionais, que podem ajudar a fomentar a motivação dos alunos destacando o valor e a relevância dos objetivos de aprendizagem, fornecendo feedback e suporte adequados e permitindo a escolha e autonomia na aprendizagem.

Existem dois conceitos críticos que são essenciais para compreender a motivação: o valor subjetivo de um objetivo e as expectativas para o sucesso desse objetivo. Embora muitas teorias tenham sido propostas para explicar a motivação, a maioria delas coloca esses dois conceitos no centro de sua estrutura: valor e expectativas. A estratégia mais comum para abordar esse tema é que os professores ajudem os alunos a ver a relevância e importância dos objetivos de aprendizagem, destacando como eles se conectam a seus interesses e objetivos pessoais, ao mesmo tempo que promovem oportunidades para escolha e autonomia.

Essa abordagem funciona muito bem em ambientes controlados, como escolas e universidades, mas não é tão eficaz no mundo real. Os profissionais não deixarão sua experiência de lado para seguir um modelo teórico que pode ou não funcionar. Seus comportamentos inerciais foram fundamentais para o seu desenvolvimento profissional. Não é o treinamento realizado, pela manhã, que mudará a forma de trabalhar do profissional, à tarde. A maioria dos profissionais com formação superior dirá que existe uma grande diferença entre a teoria e a prática. Às vezes é comum eles dizerem que você precisa esquecer tudo que aprendeu na faculdade no primeiro dia de trabalho.

O designer instrucional precisa entender que os profissionais que participam de uma experiência de aprendizagem sempre avaliarão, criticarão e julgarão essa experiência com base em sua vida profissional real. É por isso que é crucial que os designers instrucionais compreendam os comportamentos inerciais e saibam como lidar com eles na criação de soluções de aprendizagem eficazes.

Para lidar com os comportamentos inerciais, é importante que os designers instrucionais considerem as seguintes etapas:

  • Compreenda as necessidades e expectativas dos profissionais: Antes de criar qualquer solução de aprendizagem, é importante compreender as necessidades e expectativas dos profissionais. Isso pode ser feito através de pesquisas, entrevistas e análise de dados.
  • Enfatize a relevância da aprendizagem: É importante destacar a relevância da aprendizagem para os profissionais e mostrar como ela se conecta aos seus interesses e objetivos pessoais. Isso pode ser feito através de exemplos concretos e histórias de sucesso (saiba mais sobre o assunto Exemplos, demonstrações e informações anedóticas aqui).
  • Forneça oportunidades de escolha e autonomia: Permitir que os profissionais tenham escolha e autonomia na aprendizagem pode aumentar sua motivação e envolvimento. Isso pode ser feito através de opções de aprendizagem personalizadas, caminhos de aprendizagem flexíveis e atividades de escolha.
  • Ofereça feedback e suporte adequados: Oferecer feedback e suporte adequados é fundamental para manter a motivação dos profissionais e ajudá-los a alcançar seus objetivos de aprendizagem. Isso pode ser feito através de avaliações regulares, mentores e comunidades de aprendizagem.

O Design Para o Pensamento é uma estratégia que se concentra em mudar os comportamentos dos profissionais através das operações de pensamento. É uma abordagem eficaz para lidar com comportamentos inerciais, pois se concentra em mudar o comportamento dos profissionais ao invés de apenas fornecer informações, teorias, ou usar estímulos positivos e negativos para orientar o comportamento.

Por exemplo, ao invés de simplesmente ensinar os profissionais sobre uma nova técnica, a estratégia do Design Para o Pensamento oferece a oportunidade de praticar a técnica em uma situação real, pensar sobre o desafio e receber feedback sobre o desempenho. Isso incentiva os profissionais a mudar seus comportamentos e incorporar a nova técnica em sua prática profissional. Desenvolver as operações de pensamento é mais valioso para o desenvolvimento profissional do que recompensas e punições, estas ajudam a reforçar ou corrigir comportamentos específicos. O Design Para o Pensamento ajuda o profissional a identificar razões e criar soluções.

O papel do designer instrucional é crucial na implementação do Design Para o Pensamento. Eles precisam compreender os comportamentos inerciais dos profissionais e criar soluções de aprendizagem que os ajudem a compreender e, quando necessário, a mudar esses comportamentos.

Além disso, os designers instrucionais precisam trabalhar em estreita colaboração com os especialistas no assunto e com os profissionais para identificar os comportamentos desejados e criar soluções de aprendizagem que ajudem a mudar os Maus hábitos nas empresas. Isso pode ser feito através de sessões de planejamento e revisão conjuntas, bem como através da coleta de feedback regular dos profissionais sobre a eficácia da solução de aprendizagem.

Os comportamentos inerciais são um desafio para os profissionais que interagem com as soluções de aprendizagem. No entanto, através da compreensão desses comportamentos e da implementação do Design Para o Pensamento, os designers instrucionais podem ajudar os profissionais a mudar seus comportamentos e alcançar seus objetivos profissionais. Ao trabalhar em estreita colaboração com os SMEs e com os profissionais, os designers instrucionais podem criar soluções de aprendizagem eficazes que ajudem a superar os comportamentos inerciais e promovam a motivação e o envolvimento de todos os envolvidos nos projetos.

Como aprimorar suas habilidades de pensamento para o sucesso pessoal e profissional

As habilidades de pensamento são uma chave para o sucesso tanto pessoal quanto profissional. Elas permitem que as pessoas analisem informações de forma crítica e criativa, encontrem soluções alternativas e tomem decisões informadas. Ao desenvolver essas habilidades, as pessoas são capazes de enfrentar situações complexas e desafiantes, desenvolver habilidades de resolução de problemas e tomar decisões bem fundamentadas.

No ambiente profissional, operações de pensamento são valiosas para resolver problemas e encontrar soluções criativas para desafios cotidianos. Elas permitem que as pessoas tomem decisões informadas que contribuem para o sucesso da empresa e de seus projetos.

Designers instrucionais que buscam enfatizar o pensamento em suas soluções precisam estar cientes da diferença entre processo e produto na educação. Em resumo, o processo é a experiência de aprendizagem e esforço de um profissional, enquanto o produto é o resultado final, como uma nota ou uma resposta. O processo é uma atividade psicológica complexa e pouco compreendida, enquanto o produto é definido, tangível e fácil de identificar e medir. Infelizmente, muitos projetos de treinamento e desenvolvimento nas empresas se concentram excessivamente no produto da aprendizagem e não dão a devida atenção ao processo.

Há várias razões para a importância do produto em projetos instrucionais. Como é visível, o produto pode ser visto, tratado e medido. Ele pode ser uma nota em um curso, um relatório, uma taxa de participação ou uma resposta a uma pergunta. Muitas vezes, a suposição é que, se um profissional responde corretamente a uma pergunta, ele aprendeu o que lhe foi ensinado. Embora isso às vezes seja verdade, às vezes não é.

Um profissional pode fazer uma página de exercícios sobre o processo de vendas e responder corretamente às perguntas, mas não ter compreendido realmente o processo. Ele pode ter aprendido um “truque” ou seguido mecanicamente uma rotina baseada em exemplos semelhantes. Somente com base nessas respostas, o designer instrucional não pode determinar se o profissional realmente compreendeu o processo.

Processo e produto são semelhantes a meios e fins. Às vezes, o foco nos resultados é tão intenso que o designer instrucional dá pouca importância aos meios para alcançá-los. No entanto, esse enfoque apenas no produto, como notas ou posições, pode levar a uma redução do pensamento e da criatividade. Em um mercado cada vez competitivo e com limitações de recursos para aprendizagem, há uma tentação de se concentrar principalmente nos produtos da educação, como testes facilmente aplicados e corrigidos por máquinas.

Por esse motivo, é crucial que os designers instrucionais deem atenção aos processos que ocorrem juntamente com o produto. Embora o produto seja importante e frequentemente objetivo e valioso, não é o único aspecto de interesse. Quando os designers instrucionais ensinam as operações de pensamento, enfatizando tanto o processo quanto o produto, e se concentrando em cada profissional individual, a aprendizagem tende a se tornar “à medida” e não um resultado de produção em massa.

Enfatizar o pensamento e o processo, em vez de apenas o produto, leva a soluções instrucionais mais efetivas e aprofundadas. Isso ajuda os profissionais a desenvolver habilidades de pensamento crítico e criativo, a enfrentar desafios complexos e a tomar decisões informadas. O resultado final será um sucesso pessoal e profissional mais sólido e bem fundamentado.

Em resumo, é crucial que os designers instrucionais enfatizem tanto o processo quanto o produto em suas soluções. Ao fazê-lo, eles ajudam os profissionais a desenvolver habilidades de pensamento crítico e criativo, a enfrentar desafios complexos e a tomar decisões informadas. O resultado final será um sucesso pessoal e profissional mais sólido e bem fundamentado. Portanto, ao escolher soluções instrucionais, é importante levar em consideração não apenas o produto final, mas também o processo envolvido.

Definindo o arco de aprendizagem: aproveitando as zonas de atrito

O atrito é uma força presente em nossas vidas, tanto no ambiente de trabalho quanto em nossas relações pessoais. Embora possa ser desafiador, o atrito também pode ser uma ferramenta poderosa de aprendizagem se for abordado de forma adequada. Como profissionais da área de aprendizagem, é importante entender como lidar com essas forças para criarmos soluções eficazes de aprendizagem.

Pensar em atrito como desafio é uma forma de entender que ele pode ser usado como uma oportunidade para aprimorarmos nossas habilidades e adquirirmos novos conhecimentos. Quando enfrentamos um desafio, somos obrigados a utilizar nossa experiência e as informações que possuímos para encontrar uma solução. É esse processo de pensamento que nos permite aprender e evoluir.

O Atrito e a Aprendizagem Significativa

O atrito é ainda mais valioso quando conseguimos usar nossa bagagem para pensar sobre um problema e encontrar uma solução por conta própria. Quando isso acontece, temos uma experiência de aprendizagem realmente significativa. É importante lembrar que esse tipo de aprendizagem só é possível quando abordamos o desafio de forma consciente e intencional.

Infelizmente, o atrito nem sempre é uma coisa boa. O conflito é o resultado da interação entre forças opostas e pode ser extremamente prejudicial se não for gerenciado adequadamente. Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de ambientes de negócios, onde as metas, objetivos, vieses e experiências dos personagens envolvidos são frequentemente opostos.

A discussão, no entanto, é um tipo específico de conflito que pode ser uma ferramenta valiosa de aprendizagem se as partes envolvidas estiverem dispostas a ouvir e respeitar as opiniões uns dos outros. Quando bem gerenciada, a discussão pode levar a um melhor entendimento e resolução de conflitos, o que é uma habilidade valiosa para qualquer profissional.

Como designers instrucionais, precisamos compreender a importância de gerenciar o conflito de forma eficaz. Isso pode ser feito oferecendo desafios significativos, fomentando a colaboração, encorajando as operações de pensamento e fornecendo bom feedback. Ao fazê-lo, estaremos dando aos nossos profissionais a oportunidade de aprender a lidar com conflitos de forma saudável e produtiva.

Em resumo, o conflito é uma realidade que precisamos enfrentar e gerenciar de forma eficaz. A discussão pode ser uma ferramenta valiosa de aprendizagem se as partes envolvidas estiverem dispostas a ouvir e respeitar as opiniões uns dos outros. No entanto, se as emoções começarem a tomar conta, a discussão pode rapidamente se transformar em algo inútil e prejudicial.

Guerra: Conflito Extremo

Em situações em que as metas, objetivos, vieses e experiências são diametralmente opostos, o conflito pode se transformar em uma guerra. A guerra é uma forma extrema de conflito que envolve a luta pelo controle de territórios, recursos e, às vezes, ideias. É importante lembrar que, embora seja algo a ser evitado sempre que possível, a guerra pode ser necessária em algumas circunstâncias extremas. No entanto, é sempre importante abordar esses temas com cuidado e compreensão, pois eles podem levar a riscos físicos e emocionais, traumas duradouros e danos irreparáveis à empresa e à sociedade em geral.

Como designers instrucionais, precisamos utilizar todo o conhecimento teórico e material desenvolvido pelos especialistas em assuntos para criar soluções de aprendizagem que realmente funcionem. Não podemos evitar as zonas de atrito, mas sim entendê-las e utilizá-las a nosso favor. Assim como a engenharia utiliza a física para criar soluções inteligentes, o designer instrucional precisa entender como usar o atrito para criar soluções de aprendizagem que realmente funcionem.

Ao invés de evitar o atrito, devemos aproveitá-lo. Não podemos simplesmente forçar a aprendizagem, precisamos criar um ambiente onde ela possa acontecer de forma natural e significativa. Isso é conseguido compreendendo como o atrito funciona e utilizando-o a nosso favor.

Em resumo, como designers instrucionais, precisamos redefinir o arco de aprendizagem para vencer o atrito. Em vez de evitá-lo, precisamos entendê-lo e usá-lo para criar soluções de aprendizagem eficazes. Ao fazê-lo, estaremos dando aos nossos alunos a oportunidade de aprender de forma significativa e natural, o que é fundamental para o sucesso deles na vida e no trabalho. O problema é, como fazer isso?

Não cansamos de repetir que cada caso é um caso, mas podemos fazer uso de algumas estratégias que ajudam os profissionais a enfrentar desafios e aprimorar suas habilidades. Aqui estão algumas para criar um ambiente de aprendizagem eficaz:

  • Ofereça desafios significativos: É importante oferecer desafios significativos que permitam aos profissionais utilizarem sua experiência e conhecimento para encontrar soluções. Isso os ajudará a aprender e a evoluir.
  • Fomente a colaboração: A colaboração é uma ferramenta valiosa para lidar com o atrito. Quando trabalhamos juntos, somos obrigados a ouvir e respeitar as opiniões uns dos outros, o que pode levar a soluções mais eficazes.
  • Encoraje as operações de pensamento: É importante encorajar o pensamento e a resolução de problemas. Quanto mais os profissionais se envolverem nesse processo, mais eles aprenderão e evoluirão.
  • Forneça feedback: O feedback é uma ferramenta valiosa para lidar com o atrito. É importante fornecer feedback bom que ajude os profissionais a entender onde estão acertando e onde precisam melhorar.
  • Crie um ambiente seguro: É importante criar um ambiente seguro onde os profissionais possam enfrentar desafios e aprender sem medo de falhar. Isso permitirá que eles evoluam e melhorem suas habilidades.

Em resumo, para criar um ambiente de aprendizagem desafiador e produtivo, precisamos utilizar o atrito a nosso favor. Isso significa oferecer desafios significativos, fomentar a colaboração, encorajar o pensamento crítico, fornecer feedback bom e criar um ambiente seguro. Ao fazê-lo, estaremos dando aos nossos alunos a oportunidade de aprender de forma significativa e natural, o que é fundamental para o sucesso deles na vida e no trabalho.

O Poder na Sala de Aula

Desde a década de 1950, pesquisadores têm se concentrado em estudar o poder dos professores na sala de aula. Louis Raths foi o primeiro a explorar essa linha de pesquisa, seguido por Jacob Kounin e Paul Gump na década seguinte. A pesquisa se concentrava nos “pedidos” dos professores - ordens para que os alunos parem de se comportar mal, como passar bilhetes, mascar chiclete, falar fora da vez, enviar mensagens de texto ou atender telefones celulares.

A questão a ser respondida era: “O que faz algumas ordens funcionarem e outras não?” Kounin e Gump inicialmente hipotetizaram que a natureza da “ordem” determinava sua eficácia. As ordens foram categorizadas como claras, firmes e/ou rudes. A clareza de uma ordem era vista como um fator-chave, já que dizer ao aluno “Pare” era menos eficaz do que uma ordem formulada como “Pare de passar bilhetes agora”. Esse último exemplo é claro, pois especifica o que o aluno deve parar de fazer e quando ele deve parar. Já uma ordem rude tinha um elemento de estridência que criava tensão ou afeto negativo na sala de aula e provavelmente mais problemas de gerenciamento.

Hoje, os designers instrucionais enfrentam o mesmo desafio, seja em soluções presenciais, à distância, síncronas ou assíncronas. É importante lembrar que os designers instrucionais precisam conquistar a confiança dos alunos a cada solução de aprendizagem. Raths observou que “todos os escritores sérios sobre poder falam de sua natureza interpessoal e de suas relações recíprocas: para ter poder, é preciso ter poder concedido pelos outros”.

A seguir, apresentamos algumas verdades que os designers instrucionais precisam conhecer e aceitar para criar melhores soluções de aprendizagem:

  • Os designers instrucionais não têm autoridade sobre os profissionais. Eles cedem poder a quem querem e não há como obrigá-los.
  • Os alunos cedem poder aos professores que atendem às expectativas deles, especialmente em relação ao sistema de status do negócio. Se há conformidade às normas, eles desenvolvem uma “zona de indiferença”. Neste aspecto, pelo menos inicialmente, os profissionais são os indivíduos menos livres em uma organização. Raths (1954) postula sobre as hierarquias de status de liderança em pequenos grupos em geral: “Para se preservar, a liderança utiliza essas desigualdades; em parte, ela tende a preservá-las”.
  • O sistema de status informal dentro de uma equipe é estabelecido com o consentimento dos membros. Ele é baseado em desigualdades encontradas em qualquer grupo. Um designer instrucional que reconhece e valoriza os líderes nas várias áreas de status é valorizado pelos alunos.
  • A valorização de uma solução de aprendizagem ocorre quando ela permite aos alunos a oportunidade de melhorar e se destacar nas várias áreas de status e também reconhece e recompensa aqueles conteúdos determinados como referência informal nessas áreas.

A diversidade de habilidades e talentos dos profissionais

Assim como uma equipe de futebol bem-sucedida precisa ter uma variedade de jogadores com habilidades diferentes, também é importante ter uma variedade de profissionais com habilidades diferentes em uma organização. Cada categoria de desempenho bem-sucedido é importante para o sucesso da organização. Não há uma única forma de ser bem-sucedido em uma carreira. Alguns profissionais são especialistas em uma área específica, enquanto outros são generalistas com habilidades em várias áreas. Ambas as abordagens podem ser igualmente valiosas para a organização, dependendo das necessidades.

Designers instrucionais que conquistam a confiança dos alunos e estabelecem um sistema de soluções de aprendizagem eficazes têm mais poder e são capazes de gerenciar melhor seus projetos. No entanto, essa conquista não é fácil e requer esforço contínuo e consciente por parte dos designers instrucionais.

Em resumo, o poder do professor na sala de aula é resultado de sua capacidade de conquistar a confiança dos alunos e criar soluções de aprendizagem eficazes. Para ter sucesso, os designers instrucionais precisam entender as verdades sobre o poder interpessoal e as relações recíprocas, reconhecer as desigualdades de status e criar soluções que permitam aos profissionais melhorar e se destacar nas várias áreas de status, além de manter uma compreensão clara do que está acontecendo dentro do grupo.

Para garantir o sucesso, os designers instrucionais devem se esforçar continuamente para criar soluções que sejam claras, firmes e eficazes, baseadas em uma compreensão profunda das necessidades e desafios dos profissionais. Isso inclui o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis com eles, o reconhecimento das desigualdades de status e a valorização dos conteúdos importantes para esses profissionais.

O sucesso requer precisão e compreensão

Kounin reconheceu posteriormente que a eficácia das ordens também reflete em parte a “compreensão” do professor - a capacidade de discernir com precisão o que está acontecendo dentro do grupo. Professores que dão ordens ao aluno errado, por exemplo, dizendo a João para parar de passar cola quando na verdade foi José quem fez, perdem poder devido à falta de compreensão. O mesmo ocorre com as soluções de aprendizagem. Se a solução resolve o problema errado ou da forma errada, tanto ela quanto os responsáveis perdem a confiança dos profissionais.

Não é por acaso que muitos SMEs se sentem reticentes a participar da criação de soluções de aprendizagem. Além da falta de experiência em ensinar, eles também sabem muito bem as consequências de ensinar errado. Todos na organização sabem disso, até mesmo aqueles que ensinam de forma errada, mas é mais seguro e confortável não falar nada sobre isso.

Designers instrucionais que querem conquistar a confiança dos alunos e estabelecer um sistema de soluções de aprendizagem eficazes devem ter uma compreensão precisa dos desafios e dificuldades enfrentados pelos alunos. Isso exige esforço contínuo e consciente por parte dos designers instrucionais. Se eles querem ter sucesso, precisam estar sempre atentos e preparados para entender e resolver os problemas corretamente. Do contrário, correm o risco de perder a confiança dos alunos e a eficácia de suas soluções de aprendizagem.

Ao seguir essas estratégias e práticas, os designers instrucionais podem alcançar o poder e a eficácia na sala de aula e fornecer soluções de aprendizagem de alta qualidade que ajudem os profissionais a alcançar seus objetivos. Portanto, é fundamental que os designers instrucionais compreendam a importância do poder na sala de aula e invistam tempo e esforço para desenvolver soluções de aprendizagem de qualidade.

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