Trabalhar com Especialistas no Assunto: a Importância da Análise de Conteúdo

A colaboração entre o designer instrucional e o especialista no assunto (SME) é crucial para o desenvolvimento de soluções de aprendizagem efetivas. Durante o projeto, o designer instrucional trabalha com o SME na análise, identificação, criação e desenvolvimento de diversos materiais de aprendizagem. No entanto, é importante ressaltar que é impossível que o designer instrucional seja especialista em todos os temas abordados em cada projeto em que trabalha.

Para solucionar esse desafio, é fundamental que o designer instrucional possua ferramentas que o ajudem a analisar o conteúdo produzido pelo SME e implementá-lo nas soluções de aprendizagem. Como realizar esse trabalho é uma decisão particular de cada projeto, mas ter uma ferramenta como ponto de partida é muito útil.

Por vezes, o SME entrega um relatório escrito ao designer instrucional. Porém, seria ingênuo confiar cegamente no material entregue sem antes realizar uma análise minuciosa. Mesmo que se espere que o SME seja especialista no assunto, sempre há a possibilidade de erros ou equívocos em seu trabalho.

É raro o designer instrucional receber do SME duas dúzias de slides contendo puras equações matemáticas sem qualquer descrição ou explicação sobre elas. Mesmo que os profissionais de uma empresa precisem saber o conteúdo de um manual de operação de maquinário de 200 páginas, o SME terá que analisar esse material para extrair o mais importante para uma solução de aprendizagem.

Nesse sentido, é importante que o designer instrucional tenha ferramentas que o auxiliem na análise do conteúdo produzido pelo SME. Dessa forma, é possível garantir que a solução de aprendizagem desenvolvida seja adequada para o público-alvo e efetiva em sua proposta.

Ainda que o SME seja um especialista no assunto, é fundamental que o designer instrucional tenha autonomia para realizar sua análise e aplicar suas técnicas de design instrucional. Essa colaboração deve ser construtiva e respeitosa, visando sempre a entrega de soluções de aprendizagem eficazes.

Trabalhar com especialistas no assunto é uma parte crucial do processo de design instrucional. O designer instrucional precisa ter ferramentas que o auxiliem na análise do conteúdo produzido pelo SME, a fim de garantir que a solução de aprendizagem desenvolvida seja adequada e eficaz. É fundamental que a colaboração entre o designer instrucional e o SME seja construtiva e respeitosa, visando sempre a entrega de soluções de aprendizagem de qualidade.

A Codificação de Conteúdo é uma dessas ferramentas.

A Importância da Codificação de Conteúdo na Colaboração entre Designer Instrucional e Especialista no Assunto

A colaboração entre designer instrucional e especialista no assunto (SME) é um processo essencial no desenvolvimento de soluções de aprendizagem eficazes. Durante essa colaboração, o designer instrucional trabalha com o SME na análise, identificação, criação e desenvolvimento de diversos materiais de aprendizagem. Entretanto, é importante lembrar que o designer instrucional não pode ser um especialista em todos os temas abordados em cada projeto.

Nesse sentido, a codificação de conteúdo é uma ferramenta extremamente útil para o designer instrucional. Essa técnica consiste em procurar nos trabalhos dos SMEs as operações de pensamento. Ao analisar as passagens, o profissional pode avaliar e decidir o valor da informação. Quando os profissionais escrevem, muitas vezes revelam seu pensamento, utilizando palavras e frases mais por hábito do que pelo desejo de escrever o que tais palavras significam.

O designer instrucional pode utilizar a codificação para orientar o SME e perguntar: “É isso que você quer dizer?“. Algumas frases e palavras podem ser codificadas no trabalho dos SMEs. Quando o designer instrucional codifica um trabalho, isso não indica que esteja mostrando “erros”. O objetivo da codificação é dar ao SME uma oportunidade para examinar o que escreveu e poder identificar ou esclarecer pontos de importância para o aluno.

É importante que o SME reconheça o que e para o que ele está escrevendo, pois desenvolver formalmente soluções de aprendizagem pode ser um campo completamente estranho para um especialista no assunto. A codificação excessiva pode tornar-se monótona ou aborrecida, portanto, o designer instrucional deve escolher o que será codificado com cuidado.

Quando o designer instrucional faz a codificação, é importante que assinale todas as afirmações extremas, sejam ou não usadas corretamente, concorde ou não com o SME. Algumas das codificações mais comuns incluem:

  • Tudo ou nada: frases que utilizam palavras como “sempre”, “nunca”, “tudo” ou “nada”.
  • Uma coisa ou outra: frases que utilizam palavras como “ou”, “outra”, “outra coisa”.
  • Palavras ou frases de restrição: frases que utilizam palavras como “pouco”, “maioria”, “alguns” ou “todos”.
  • Proposições de valor: frases que indicam o valor ou o impacto de algo.
  • Atribuições: frases que atribuem a responsabilidade ou a causa de algo.
  • Outras codificações: o designer instrucional pode utilizar outras codificações específicas para cada projeto.
  • Codificação de outros trabalhos: o designer instrucional também pode utilizar a codificação para analisar trabalhos de outros autores.

Ao utilizar a codificação de conteúdo, o designer instrucional pode garantir que a solução de aprendizagem desenvolvida seja adequada e eficaz. Além disso, essa técnica ajuda o SME a examinar o que escreveu e identificar ou esclarecer pontos de importância para o aluno.

Tudo ou Nada: A importância das proposições extremas

Ao trabalhar com SMEs, é importante prestar atenção às proposições extremas usadas em seus trabalhos escritos, como “todos”, “nunca” e “o melhor”. Essas palavras podem indicar julgamentos de valor ou generalizações excessivas que precisam ser analisadas com cuidado. É por isso que a codificação é uma ferramenta útil para os designers instrucionais.

Como utilizar a codificação

A codificação consiste em colocar um X perto das palavras ou frases extremas e, em seguida, pedir que o SME responda a duas perguntas:

  1. É necessário mudar alguma das sentenças? Em caso afirmativo, quais e por quê?
  2. Qual é a semelhança entre as sentenças?

Essa abordagem pode ajudar o SME a refletir sobre o que escreveu e identificar possíveis generalizações excessivas. Além disso, pode levar a uma maior consideração das proposições extremas em trabalhos futuros.

Sensibilidade dos SMEs

Alguns SMEs podem não desejar mudar suas proposições extremas e podem expressar esse sentimento através de desafios. No entanto, é importante aceitar essa decisão sem objeções e respeitar a responsabilidade do SME pelo que escreveu.

Sensibilidade dos SMEs

É possível que alguns SMEs não sejam sensíveis às codificações e não se importem em adereça-las. Alguns até reclamam. Em geral, a resposta comum tende a ser positiva e os designers instrucionais que utilizaram essa abordagem relataram que os trabalhos posteriores tendem a refletir uma consideração maior das proposições extremas.

O trabalho do designer instrucional vai muito além de estabelecer um bom relacionamento interpessoal com os SMEs. É importante ter ferramentas e técnicas para analisar e avaliar o conteúdo produzido pelos especialistas. A codificação é uma dessas ferramentas que pode ajudar a identificar proposições extremas e levar a uma maior consideração dessas ideias em trabalhos futuros.

No entanto, é importante lembrar que a sensibilidade dos SMEs pode variar e que é preciso respeitar sua responsabilidade pelo conteúdo que produzem. A utilização da codificação deve ser feita com cuidado e respeito pelo trabalho do SME.

Uma coisa ou outra: palavras extremas e expressões ocultas com a proposição “ou”

Ao criar um material educativo, é comum que os SMEs utilizem palavras extremas e expressões com a proposição “ou”. Esses termos podem ser importantes, mas também podem causar confusão e prejudicar o aprendizado do aluno. Por isso, é importante que o designer instrucional esteja atento a essas expressões e saiba como lidar com elas. Neste artigo, vamos explicar como funciona a codificação de conteúdo em relação a palavras extremas e expressões com “ou”.

O primeiro passo para identificar essas expressões é procurar a palavra “ou” no material do SME. Ao encontrar, é preciso fazer um círculo ao redor dela para destacá-la. Além disso, é importante ficar atento a expressões como “há duas maneiras de fazer… ou três ou quatro”, que também indicam uma proposição com “ou”.

Expressões ocultas

Algumas expressões com a proposição “ou” podem estar ocultas no texto, como “a outra maneira de fazer isso”. Nesse caso, o designer instrucional deve chamar a atenção do SME para essa expressão e perguntar se ele deseja modificá-la ou se aceita a responsabilidade pela proposição em sua forma atual. O objetivo é ensinar o SME a ser responsável pelo que diz e a tomar decisões sozinho.

Além das expressões com “ou”, é importante também estar atento a proposições extremas, como “todos, sempre, nunca, ninguém, todo mundo” e superlativos como “o melhor, o pior, o maior, o mais bonito, o mais alto”. Essas expressões podem causar confusão e prejudicar o aprendizado do aluno. Por isso, o designer instrucional deve marcar todas as proposições extremas e chamar a atenção do SME para elas.

Quando o SME decide manter a expressão ou a proposição extrema em seu material, mesmo que o designer instrucional acredite que deveria ser modificada, é importante aceitar a decisão do SME. Ele é o especialista no assunto e ele também tem a responsabilidade de decidir o que é melhor para o aprendizado do aluno.

A codificação de conteúdo é uma ferramenta importante para garantir que o material educativo seja claro, preciso e eficiente. Ao identificar palavras extremas e expressões com “ou”, o designer instrucional pode ajudar o SME a melhorar seu material e garantir que o aluno aprenda de forma efetiva. Além disso, é importante respeitar a decisão do SME e dar a ele a responsabilidade de decidir o que é melhor para o aprendizado do aluno.

Palavras ou frases de restrição: Como lidar com palavras e frases de restrição em trabalhos escritos?

Ao escrever um trabalho, os SMEs (especialistas do assunto) frequentemente usam palavras e frases que indicam uma certa restrição em relação àquilo que estão afirmando, como parece, aparentemente, em minha opinião, talvez, é possível, poderia, provavelmente, entre outras. Essas palavras podem ser marcadas com a letra R para indicar a restrição. No entanto, isso não significa que o designer instrucional esteja se opondo à palavra ou frase. Na verdade, o código sugere que o SME deve revisar o que escreveu e avaliar se a restrição é realmente necessária.

Para lidar com palavras e frases de restrição, uma forma eficaz é fazer uma tabulação de todas as palavras usadas pelos SMEs e classificá-las em grupos que tenham aproximadamente o mesmo sentido em relação ao grau de convicção. Isso pode ajudar os SMEs a identificar quais palavras ou frases de restrição eles usam com mais frequência e, eventualmente, tornam-se monótonas em seu discurso.

Outra maneira de lidar com palavras e frases de restrição é traçar uma linha comprida e horizontal numa folha e, no extremo esquerdo da linha, escrever “absolutamente certo e absolutamente errado”. No extremo direito da linha, escrever “incerteza total”. Em seguida, pedir aos SMEs que dêem frases ou palavras que estejam próximas dessas posições extremas e, posteriormente, tentar chegar ao meio da linha.

O princípio subjacente é que devemos dizer aquilo em que acreditamos e devemos acreditar naquilo que dizemos. Se temos mais certeza, nossas palavras devem indicar o grau de certeza. Se temos menos segurança, devemos restringir mais nossa proposição. Devemos usar as palavras com cuidado, de forma que possamos comunicar da melhor maneira possível para nós o nosso pensamento.

Como designers instrucionais, podemos dar muita atenção à maneira como os SMEs usam expressões de restrição e ajudá-los a revisar o trabalho. Podemos dar-lhes a responsabilidade pela decisão quanto a possíveis mudanças e desenvolver hábitos de exatidão de expressão, não hábitos de descuidos em comunicação.

Em resumo, lidar com palavras e frases de restrição em trabalhos escritos é uma tarefa importante para garantir a clareza e a precisão da comunicação. Ao traçar uma linha que indica o grau de certeza, os SMEs podem avaliar a melhor forma de expressar suas ideias e opiniões. Como designers instrucionais, é nossa responsabilidade ajudá-los nesse processo e encorajá-los a desenvolver hábitos de exatidão na expressão.

Proposições de Valor: Compreenda o Valor e as Preferências dos seus SMEs

Ao trabalhar com Subject Matter Experts (SMEs), é comum encontrarmos expressões que indicam o que eles gostam, o que não gostam, o que preferem e o que não preferem. Essas expressões de valor estão geralmente ligadas a substantivos e podem ser identificadas por um designer instrucional com a marcação de um “V” positivo (V+) para algo que é apreciado e um “V” negativo (V-) para algo que não é apreciado.

Para uma melhor compreensão do valor e das preferências dos SMEs, é importante que eles classifiquem e enumerem essas palavras, e depois escrevam um parágrafo resumindo as expressões de valor empregadas. É importante também que sejam questionados se foram coerentes em todo o trabalho e se omitiram valores importantes que agora desejam acrescentar.

Muitas vezes, os SMEs não estão conscientes de que estão revelando indicadores de valor. Eles podem ter escrito um relatório de observação em que deveriam limitar-se a impressões objetivas, mas acabam incluindo juízos de valor. Por isso, é importante que essas expressões de valor sejam identificadas e compreendidas.

Quando os indicadores de valor são colocados em destaque, os SMEs adquirem uma ideia daquilo que os outros valorizam. Isso pode revelar outras alternativas e até gerar debate quanto ao seu valor. É também uma forma de conhecer melhor o eu e o propósito da empresa. Quando um designer instrucional ajuda um SME a ver aquilo que defende, este pode, através da reflexão, rejeitar sua posição, mas mesmo que a sustente, saberá algo mais a respeito de si mesmo e do negócio.

Quando há um número muito pequeno de proposições de valor nos trabalhos dos SMEs, uma tarefa que exige decisão pode ser útil. Ela tende a provocar muitas afirmações e negações e ajudar a compreender melhor os SMEs e o negócio.

Como designers instrucionais, é importante darmos atenção às expressões de valor dos SMEs. Devemos ajudá-los a compreender seus valores e preferências para que possamos desenvolver materiais de treinamento que atendam às suas necessidades e sejam efetivos em suas respectivas áreas de atuação.

Lembre-se

Identificar e compreender as proposições de valor dos SMEs é fundamental para o sucesso na criação de materiais de treinamento eficazes. Ao entender seus valores e preferências, podemos desenvolver soluções personalizadas e adaptadas a cada SME, aumentando a eficiência do treinamento e garantindo melhores resultados. É importante que os SMEs sejam encorajados a refletir sobre seus valores e preferências, para que possam tomar decisões mais conscientes e responsáveis. Como designers instrucionais, devemos ser sensíveis e atentos a esses indicadores de valor para garantir o sucesso do treinamento e o sucesso da empresa como um todo.

Atribuições: A importância das Atribuições na Comunicação

As atribuições são expressões que os SMEs frequentemente usam para atribuir motivos, causas, preferências, sentimentos, atitudes, crenças, esperanças, autoridade, responsabilidade, capacidade, hipocrisia e muitas outras fraquezas e qualidades humanas aos outros. Muitas vezes, eles não estão cientes de que estão fazendo tais atribuições, e parecem acreditar que estão apresentando “fatos”. No entanto, após um exame cuidadoso, percebem que é difícil estar informado com segurança sobre motivos ou sentimentos e que tais expressões precisam ser limitadas.

O Designer Instrucional (DI) deve codificar essas expressões como A+ ou A- e pedir aos SMEs que enumerem e classifiquem suas atribuições, além de comentar suas expressões. Isso pode ser feito por meio de uma lista de expressões comumente usadas pelos SMEs, classificadas em A+ ou A-, que ajudam a entender como estão atribuindo valores e sentimentos aos outros. Por exemplo, “ele é hipócrita” é uma atribuição negativa, enquanto “ela é uma líder inspiradora” é uma atribuição positiva.

Importância da Reflexão sobre as Atribuições

Se fossemos ensinados sobre as atribuições desde a escola primária e continuássemos a refletir sobre o tema ao longo de nossas vidas profissionais, teríamos muitas oportunidades para examinar nossos hábitos. Como em outras codificações, se houver uma atmosfera de aceitação e autoexame, todos podemos nos tornar mais agudos e responsáveis: isso leva a uma maior autoorientação, maturidade e crescimento.

As atribuições são uma parte fundamental da comunicação humana. Elas nos ajudam a entender as motivações e intenções dos outros, e a dar sentido às nossas próprias experiências. No entanto, as atribuições podem ser problemáticas se forem usadas de forma negativa ou injusta. Por exemplo, se um SME atribuir a culpa a outro membro da equipe sem evidências claras, isso pode prejudicar a relação de trabalho.

Por isso, é importante que os SMEs reflitam sobre suas atribuições e sejam mais conscientes de como estão se comunicando. Isso pode levar a uma comunicação mais efetiva e a um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

As atribuições são uma parte importante da comunicação humana, mas podem ser problemáticas se não forem usadas corretamente. Os designers instrucionais podem ajudar os SMEs a refletir sobre suas atribuições e a serem mais conscientes de como estão se comunicando. Isso pode levar a uma comunicação mais efetiva e a um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. A reflexão sobre as atribuições é fundamental para o crescimento pessoal e profissional dos SMEs e para a melhoria da comunicação na equipe.

Outras codificações: infinitas possibilidades

Para os designers instrucionais, a utilização de códigos especiais para identificar e classificar as expressões dos SMEs pode ser muito útil. Isso porque, ao identificar e codificar essas expressões, é possível fazer uma análise mais detalhada e crítica do conteúdo, o que pode levar a uma melhora significativa na qualidade do trabalho.

Um exemplo de código utilizado pelos designers instrucionais é o G, que indica que a sentença contém uma generalização. Essa codificação é útil porque permite identificar facilmente as generalizações e, assim, questioná-las de forma crítica.

Generalizações

Os SMEs também devem ser sensíveis no uso de generalizações. Sempre que os SMEs generalizam, o designer instrucional pode assinalar a sentença com um G. Alguns designers instrucionais empregam códigos especiais para analogias e metáforas. Às vezes se empregam códigos para construções vagas e ambíguas. Alguns procuram a palavra “se”, frequentemente acompanhada por “então”. Uma proposição desse tipo é frequentemente uma grande simplificação do assunto.

Além disso, alguns designers instrucionais utilizam códigos para identificar analogias, metáforas, construções vagas e ambíguas e proposições que indicam suspensão de juízo. Isso permite que o SME possa refletir de forma mais crítica sobre as expressões utilizadas e identificar possíveis lacunas e inconsistências.

Suspensão de Juízo

Alguns designers instrucionais procuram proposições que indiquem suspensão de juízo. Isso pode ser útil quando a informação é incerta ou quando existem diversas possibilidades. Outros procuram o cuidado na definição dos termos. Alguns procuram proposições de correlação direta, do tipo seguinte: “na medida em que o SME se dedicar, conseguirá atingir seus objetivos”.

Por fim, é importante destacar que as decisões do designer instrucional devem ser orientadas pelos seus objetivos, pela necessidade dos SMEs e pelo objetivo do negócio. É necessário avaliar cuidadosamente a relevância e a pertinência de cada código utilizado, de forma a garantir que o trabalho seja de alta qualidade e atenda às expectativas e necessidades de todas as partes envolvidas.

As “outras codificações”, como a utilização de códigos especiais para identificar e classificar as expressões dos SMEs, podem ser muito úteis para melhorar a qualidade do trabalho e garantir que as informações apresentadas sejam precisas, claras e pertinentes. Cabe ao designer instrucional avaliar cuidadosamente as necessidades e objetivos do negócio e dos SMEs e utilizar os códigos adequados para garantir a eficácia do trabalho.

Codificação de outros trabalhos: uma aliança com os SMEs

No Design Instrucional há uma situação especial, quando os SMEs são solicitados a analisar alguns dos outros materiais escolhidos para o projeto, como artigos acadêmicos, manuais ou relatórios, a fim de melhorar a qualidade do projeto de aprendizagem.

No Design Instrucional, pode ser útil se os SMEs entenderem a codificação usada pelo designer instrucional para analisar e desenvolver materiais de aprendizagem.

A codificação ajuda a identificar as proposições extremas apresentadas no material, as proposições de valor, os “ou”, os “se”, as atribuições e generalizações, as proposições de propaganda ou crítica negativa. Depois de codificar o material, o SME pode ser solicitado a dar um parecer ou escrever um resumo do assunto. Esse tipo de tarefa ensina observação, resumo, interpretação, crítica e responsabilidade, e muitos SMEs adoram fazê-lo.

No entanto, não é possível usar a codificação em todos os materiais entregues aos SMEs, pois o uso excessivo pode provocar tédio e monotonia. Portanto, seu uso deve ser seletivo e discriminado, a fim de representar uma contribuição para uma solução de aprendizagem que acentua o pensamento.

A codificação de outros trabalhos também ajuda a melhorar a qualidade do projeto de aprendizagem e esclarece alguns dos erros mais grosseiros e comuns de pensamento. Além disso, é uma ferramenta importante que o designer instrucional utiliza para organizar os seus materiais de análise, design e desenvolvimento.

O SME é considerado responsável pela codificação e pelas críticas que faz, o que aumenta a responsabilidade e a maturidade no uso da linguagem. Sempre chega um momento em que o trabalho entre o designer instrucional e um especialista pode se tornar difícil. Talvez, se esse tipo de tarefa aparecesse mais frequentemente durante a colaboração desses profissionais, ambos teriam mais oportunidades para examinar seus hábitos e se tornarem mais agudos e responsáveis em seu emprego da linguagem.

Não se esqueça

O uso seletivo e discriminado da codificação representa uma contribuição para uma solução de aprendizagem que acentua o pensamento. É uma ferramenta valiosa que o designer instrucional utiliza para organizar seus materiais de análise, design e desenvolvimento.

Considerações Finais: Interagindo com os SMEs e Como a Codificação de Conteúdo Pode Ajudar

O trabalho do designer instrucional envolve colaboração com especialistas no assunto (SMEs) para a criação de soluções de aprendizagem eficazes. Durante essa interação, o designer instrucional deve ter sempre algumas considerações em mente para garantir uma comunicação efetiva com os SMEs.

Uma das ferramentas que o designer instrucional pode utilizar para facilitar a colaboração é a codificação de conteúdo. Entretanto, é comum que os SMEs evitem escrever muitas palavras que devem ser codificadas. Nesses casos, o designer instrucional deve se perguntar se os SMEs não gostam da codificação de seus trabalhos e como pode prever e tratar essa sensibilidade.

Além disso, os SMEs podem reagir tentando esconder seus julgamentos de valor ou escrevendo de uma forma que não diga coisa alguma. Quando o designer instrucional presta atenção às coisas codificadas, pode acontecer que os SMEs fiquem inibidos. Por isso, é importante que o designer instrucional saiba como enfrentar essa situação.

A codificação de conteúdo pode ajudar a desenvolver um autoconceito mais amadurecido, mas é importante que o designer instrucional não tente codificar muitas coisas ao mesmo tempo. Quando muitas coisas são codificadas, os SMEs podem reagir negativamente.

Para utilizar a codificação de conteúdo de forma efetiva, o designer instrucional deve escolher cuidadosamente o que será codificado e como isso será feito. A codificação de conteúdo pode ajudar a garantir que a solução de aprendizagem desenvolvida seja adequada e eficaz. Entretanto, é importante que o designer instrucional utilize a técnica com cuidado e sensibilidade para garantir uma colaboração efetiva com os SMEs.

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